No início do século
XX, com o aparecimento do disco plano surge o gramofone usando
de grandes cornetas ou campânulas para amplificar os sons
captados pelo diafragma. Apesar do bom desempenho, a campânula
era grande e desajeitada, de forma que em 1905, os fabricantes
introduzem o conceito da corneta dobrada a qual
|
Fig. 339 - O gramofone. |
era montada dentro de gabinetes. Além da praticidade,
estes aparelhos tinham ainda a vantagem de poder usar a porta
do gabinete como um tipo de controle de volume. Nestes aparelhos,
o movimento do disco ainda era feito por meio de um sistema
de acionamento por corda onde a velocidade era mantida constante
através de um engenhoso dispositivo mecânico atuando
pela ação da força centrífuga. É
interessante notar que nos primeiros gramofones, o acionamento
era puramente manual de forma que quando em movimento, através
de uma manivela, o disco deveria girar em 70 rotações
por minuto. Esta velocidade foi inicialmente indicada pelos
fabricantes por dar maior fidelidade e tempo de execução
uma vez que os primeiros discos tinham aproximadamente 2 minutos
de duração. Posteriormente a rotação
oscilou entre 74 e 82 rpm até que finalmente a velocidade
passou para o meio-termo de 78 rpm. Fig 339
Em 1913, começam a ser feitas as primeiras tentativas
para substituição do sistema de acionamento mecânico
por um motor elétrico. Entretanto,
|
Fig. 340 - A vitrola ortofônica. |
no princípio esta inovação foi lenta e
onerosa devida ainda à insipiência do fornecimento
de eletricidade nas cidades como do próprio custo dos
motores elétricos.
Em 1925, a Victor Talking Machine Company, nos EUA, introduz
no mercado o sistema “ortofônico”. Era uma
avançada tecnologia em reprodução sonora
consistindo na substituição dos antigos diafragmas
com membranas de mica, por um material de maior resiliencia,
como o Alumínio. No setor de amplificação
os aparelhos apesar de serem ainda de origem acústica
usavam agora da chamada corneta dobrada exponencial.
Estas inovações aliadas ao aparecimento das primeiras
gravações elétricas permitiam que os aparelhos
tivessem uma excepcional qualidade sônica para a época.
Entretanto, a fase áurea dos aparelhos reprodutores de
origem mecâno-acústica chega ao fim a partir do
aparecimento das gravações de alta qualidade devido
às novas exigências do cinema falado, uma conseqüência
direta da amplificação valvulada. Fig. 340 |
|