11.6.2.2 - A ERA DA ELETROACÚSTICA

Por volta de 1928, começaram a surgir os primeiros tipos de controles de volume e de tonalidade de concepção totalmente eletrônica.
Entretanto, devido ainda às fontes sonoras estarem limitadas ao disco fonográfico e as transmissões radiofônicas, os primeiros aparelhos reprodutores para fins domésticos eram uma associação de toca-discos e rádiorreceptor. Nesta fase inicial, a amplificação era feita com válvulas tipo triodos, por exemplo os tipos 224 e
Fig. 341 - Esquemático do amplificador Loftin-White.
245 usando novas topologias como o circuito Loftin-White. Basicamente consistia no acoplamento direto entre a placa-grade da válvula produzindo uma amplificação sem distorção em amplitude de freqüência de 50 a 10000 Hz. Fig. 341
Entre 1930 a 1940, além do alto-falante de imã permanente e das novas válvulas tipo pentodo, surgem os fonocaptores de origem eletromecânica, consistindo da agulha montada em um dispositivo transdutor feito com sal de La Rochelle. Nesta fase anterior a segunda guerra mundial, os fabricantes lançam aparelhos reprodutores de grande esmero técnico como estético, como exemplo, àqueles fabricados por E.H.Scott e McMurdo Silver nos EUA. Fig. 342 Dentre estes se destaca o famoso modelo Quarenta. Na realidade um sistema eletroacústico composto da seção de rádio freqüência e amplificadora operando com 40 válvulas, o toca-disco, e o conjunto de alto-falantes. Por sua vez estes dois módulos eletroacústicos estavam instalados separadamente em dois atraentes gabinetes de madeira.
Fig. 342 - Rádio conjugado com sistema de fono reprodução fabricado pro volta de 1938. Consistia do rádiorreceptor, o conjunto de alto-falantes e o toca discos montados em belíssimos gabinetes em madeira. Pela qualidade técnica e acabamento esmerado tem-se como um dos principais fabricantes a empresa americana E H Scott.
Como visto anteriormente, para canalizar a enorme capacidade fabril advinda da guerra que terminara, no final da década de 1940 a indústria se volta para o mercado consumidor, abrindo novos nichos de mercado, como a fabricação de aparelhos reprodutores de alta qualidade para fins domésticos. Desta maneira, surge a era dos aparelhos de reprodutores de “Alta Fidelidade”, que para efeitos de alocação histórica, inicia-se em 1948, quando na Inglaterra, N.D.T. Williamson desenvolve o seu famoso circuito de amplificação. Com o advento do disco com microssulco e das transmissões em freqüência modulada, os fabricantes são incentivados a desenvolver inúmeras modificações criando um novo estilo de eletrodoméstico, ou seja, o aparelho reprodutor de som de alta fidelidade modular composto basicamente do amplificador-receptor de FM, o toca-disco de alta performance provido agora com cápsula fonocaptora tipo relutância variável e dos sonofletores. Fig. 343
Devido à intensa concorrência, alguns fabricantes passam a fornecer os aparelhos na forma de conjuntos pré-montados em fábrica. Estes por sua vez eram fornecidos com manuais extremamente bem elaborados o que facilitava sobremaneira a sua montagem pelo consumidor desde que dispusesse de alguns conhecimentos de Eletrônica.
Como visto desde a sua invenção o fonógrafo foi um sucesso comercial, ao contrário do seu primo em origem conceitual, o telefone, que na mesma época não havia ainda conseguido desempenho semelhante.
Entretanto, a invenção do telefone não foi inspirada apenas por uma exigência popular porém, mais pela ingenuidade e visão do seu inventor Bell, que contornando inúmeras dificuldades existentes, lançou as bases para a transmissão elétrica da voz humana.

Fig. 343 - Ilustração de um aparelho para reprodução de alta qualidade modelo QUAD II, fabricado na Inglaterra nos meados da década de 1950.