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Fig. 323 – ilustração
do aparelho de Young capaz de reproduzir graficamente
as vibrações de um corpo sonoro. |
Desde os primórdios da civilização,
o homem desejou registrar e reproduzir os sons naturais. A mão
em concha foi um dos artifícios usados pelas primitivas
tribos para aumentar a intensidade dos seus gritos de guerra.
Durante a Idade Média, já se conheciam vários
instrumentos musicais, entretanto, ainda não era possível
se registrar as ondas sonoras.
A partir de século XVIII, as ciências físicas
e naturais sofrem consideráveis avanços.Assim
por exemplo, na Acústica com os estudos de Gay Lussac;
Arago estabelecendo a velocidade do som no ar; Savart, determinando
o tom musical através de uma roda dentada e, Helmholtz
estabelecendo a lei dos harmônicos.
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Fig. 324 – o fonautógrafo
de Martinville. |
Por conseguinte, dentro deste contexto científico começa
a ser delineado os princípios mecânicos e acústicos
para o desenvolvimento de um sistema capaz de registrar e reproduzir
os sons naturais. Thomaz Young foi o primeiro a reproduzir graficamente
as vibrações de um corpo sonoro. Fig. 323
Em 1817, Leon Scott de Martinville inventa o “fonautográfo”,
um aparelho que por meio de uma corneta captava as vibrações
do ar, agindo como uma câmara ressonante. Fig. 324
Em sua porção afunilada, havia uma membrana que
convertia as pressões do ar em movimentos mecânicos,
mais tarde este dispositivo foi denominado de diafragma. Em
abril de 1877, Charles Cros apresentou à academia francesa
de Ciências um projeto de aparelho reprodutor de sons.
Entretanto, a concepção prática de um sistema
capaz de registrar e reproduzir os sons naturais, foi criado
acidentalmente por Thomaz Alva Edison em 1870. Na realidade,
Edison pesquisava um dispositivo para melhorar as transmissões
telegráficas, que primeiramente codificasse a mensagem
por meio de furos feitos numa fita e depois a enviasse automaticamente
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Fig. 325 - O fonógrafo de Edison. |
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Basicamente, este dispositivo consistia de um disco no qual
era enrolada uma folha de papel. A mensagem era gravada por
uma agulha que perfurava a folha de papel à medida que
o disco girava. Após a gravação, num processo
inverso, a agulha varria os orifícios que representavam
os caracteres da mensagem, produzindo oscilações
que por sua vez eram transmitidas automaticamente. Durante uma
experiência, Edison notou que ao imprimir maior rotação
ao disco as oscilações da agulha aumentavam consideravelmente.
Esta observação levou-o a raciocinar se não
poderia usar as oscilações da agulha para gravar
a voz humana.
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Fig 325A - Ilustração
do projeto original do fonógrafo de Edison. |
O aparelho para registrar a voz humana de Edison era de concepção
bastante simples, porém mecanicamente preciso. Consistia
de um cilindro que se deslocava através de um fuso acionado
por uma manivela. Sobre o cilindro era enrolada uma lâmina
de liga de chumbo bastante fina. Diametralmente opostos ao cilindro,
o aparelho possuía dois conjuntos mecânicos para
gravação e reprodução dos sons.
O conjunto de gravação consistia de um bocal provido
em uma das suas extremidades com uma membrana feita de uma fina
lâmina metálica, em cujo centro estava fixada uma
agulha. Por sua vez, o conjunto reprodutor consistia de uma
outra membrana, de caráter ressonante, menos rígida
que a anterior, feita de papel impregnado em parafina e, localizada
na extremidade de uma corneta metálica. Durante a gravação,
os sons produzidos no bocal imprimiam vibrações
na membrana provida com a agulha registrando assim os padrões
das ondas sonoras sobre a superfície da lâmina
de liga de chumbo enrolada no cilindro metálico acionado
pela manivela.
Para a reprodução, o cilindro era deslocado na
sua posição original. Em seguida a agulha de reprodução
era cuidadosamente ajustada sobre a superfície da lâmina
fina anteriormente gravada. Ao se girar o cilindro por meio
de manivela, a agulha de reprodução trilhava os
sulcos gravados com os padrões das ondas sonoras, cujas
vibrações captadas pela membrana ressonante eram
finalmente amplificadas na campânula metálica.
Desde o registro da sua patente em 29 de fevereiro de 1877,
este aparelho, conhecido como “fonógrafo”
despertou um grande interesse popular de forma que um ano mais
tarde cerca de 600 unidades já haviam sido fabricadas,
contribuindo logo para o aparecimento da industria fonográfica.
Fig. 325
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Fig. 325B - Um primitivo gravador de
escritório fabricado pela Dictaphone Corporation
nos EUA na década de 1920 usando do mesmo princípio
do fonógrafo. |
Fig. 325C - Detalhe do primitivo gravador
de escritório. |
A vida de Thomaz Alva Edison foi retratada por diversos
autores em várias línguas mundo afora. Nos
meados da década de 1940 a rádio emissora
americana "The Voice of America" transmita em
português para o Brasil o seu radioteatro cobrindo
a vida de muitos vultos da história incluindo,
aquela do ilustre inventor da lâmpada elétrica
e do fonógrafo, algumas dentre as suas inúmeras
invenções. Geralmente, o material sonoro
era gravado em acetato de 16 polegadas com corte lateral
e, com rotação de 33 1/3 rpm. Na realidade
um dos primeiros tipos de disco Long Playing disponíveis
apenas para aplicações profissionais. Este
tipo de gravação era feito pela maioria
das radio emissoras, pois a fita magnética ainda
não havia surgido. Assim, a transcrição
da primeira parte deste radioteatro, A Vida de Thomaz
Edison, do acetato sob referência SPP-216,
foi feita pelo colecionador e pesquisador da história
da tecnologia da reprodução sonora, o brasileiro
Wanderley Monteiro, usando um equipamento da época.
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O Sr. Wanderley Monteiro
reproduzindo o acetato de 16 polegadas em equipamento
da época. |
Dentre os inúmeros cientistas e pesquisadores que
ajudaram a construir a admirável sociedade da tecnologia
eletrônica se destaca Charles Proteus Steinmetz.
Sua vida ainda como um estudante na Europa e, da sua furtiva
partida como um pobre e deficiente imigrante para os EUA
é descrita neste radio teatro produzido pela emissora
americana “The Voice of America” nos meados
da década de 1940.
Geralmente, o material sonoro era gravado em acetato de
16 polegadas com corte lateral e com rotação
de 33 1/3 rpm. Na realidade um dos primeiros tipos de
disco Long Playing disponíveis apenas para aplicações
profissionais. Este tipo de gravação era
feito pela maioria das radio emissoras, pois a fita magnética
ainda não havia surgido. Assim, a transcrição
da primeira parte deste rádio teatro, sobre A
Vida de Charles Steinmetz, do acetato sob referência
SPP-218 foi feita pelo colecionador e pesquisador da historia
da tecnologia da reprodução sonora, o brasileiro
Wanderley Monteiro, usando um equipamento da época. |
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