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Fig. 326 - O cilindro de Edison. |
Em 24 de abril de 1878, é fundada a empresa “Edison
Speaking Phonograph Company” onde uma das primeiras inovações
foi o lançamento do “fonógrafo” acionado
por motor elétrico. Entretanto, paralelamente outros
inventos semelhantes ao “fonógrafo” estavam
surgindo. Assim, em 1880, Alexander Bell, o mesmo inventor do
telefone, desenvolve em conjunto com seu primo, Chichester Bell
e, o professor Charles Sumner Tainter um método para
reprodução dos sons naturais usando jato de ar,
o “graphophone” cuja patente foi obtida em 4 de
maio de 1886. Apesar de ser uma inovação, este
sistema apresentava um grave problema quanto à qualidade
de reprodução devido ao meio usado para o registro
sonoro. Após inúmeras pesquisas, Bell e Tainter
desenvolveram um cilindro de papel recoberto com cera, uma grande
inovação para o futuro da reprodução
sonora de qualidade. Para a sua comercialização
é fundada a empresa “Volta Graphophone Company”.
A princípio, Edison pensou que este novo conceito de
reprodução sonora havia violado sua patente original.
Entretanto, como havia interesses comerciais
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Fig. 327 - O disco plano de Edison. |
mútuos, logo as duas partes chegaram a um acordo em comum,
cujos aspectos corporativos foram estabelecidos pela fundação
em 14 de julho de 1888 da “North American Phonograph Company”.
Esta associação não durou muito tempo de
forma que logo é fundada a “American Graphophone
Company”, pioneira na publicação do primeiro
catálogo de cilindros gravados.
Apesar da grande produção de cilindros gravados
até o final do século XIX seu preço ainda
era elevado para o consumidor.
Assim, novos desenvolvimentos vão surgindo de forma que
em 1908, começam a ser fabricados os primeiros cilindros
padronizados em tamanho, e com tempo de duração
de 4 minutos, denominados como cilindro Amberol. Para dar maior
rigidez e durabilidade ao meio de gravação, a
partir de 1911, o celulóide é empregado como material
para fabricação dos cilindros; surgindo assim
o cilindro Amberol azul. Fig. 326
Devido a vários fatores técnicos e econômicos,
o formato cilíndrico do fonograma começou a perder
força. Em 1913, Edison lança o disco plano, conhecido
como “disco de diamante de Edison” que ainda conservava
o sistema de gravação vertical. Fig. 327
Entretanto, a afirmação do novo formato é
devida as pesquisas desenvolvidas nos EUA por um imigrante alemão,
Emile Berliner. Basicamente o seu processo consistia em se fazer
por corte lateral à gravação do
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Fig. 328 - O gramofone inventado por
Berliner |
registro sonoro sobre um disco plano. Em 1888, Berliner faz
a primeira a apresentação pública no Franklin
Institute em Filadélfia do seu princípio operacional,
onde sobre um disco de zinco recoberto por uma fina camada de
cera são gravados os registros sonoros. Em seguida, o
disco é imerso numa solução ácida
que ataca quimicamente apenas as áreas removidas pela
gravação e, assim, imprimindo o registro sonoro
na forma de um relevo. Este processo, Berliner denominou-o de
“Fonotipia”. Sempre aperfeiçoando o sistema
logo aplicou a técnica de galvanoplastia, de forma a
obter uma matriz, que por sua vez permitia a duplicação
de uma determinada gravação em escala industrial.
Para reprodução dos seus discos, Berliner desenvolveu
um rudimentar aparelho provido de um sistema de acionamento
mecânico com um regulador de velocidade patenteado sobre
o nome de “gramofone”, para distingui-lo do “graphophone”
e, do “fonógrafo” de Edison. Fig. 328
Apesar do enorme avanço feito pela “fonotipia”,
por volta de 1920, os discos eram ainda gravados por processos
puramente mecâno-acústicos, derivados do fonógrafo
de Edison. Ou seja, no estúdio, eram usados diversos
tipos de ressoadores, mais conhecidos como bocais ou campânulas
para a produção das ondas sonoras. Estas, por
sua vez, eram transmitidas a uma membrana ou diafragma que modulava
correspondentemente uma agulha sobre o meio de gravação.
Como o diafragma agia como um único
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Fig. 329 - Ilustração
de uma matriz metálica por volta de 1950. |
modulador para a gama total de freqüências do programa
sonoro, este possuía uma margem dinâmica muito
estreita, que, nas melhores condições, atingia
uma amplitude de 200 Hz a 3 kHz.
Como visto no capítulo 7, a associação
da válvula termiônica com o microfone foi fundamental
para o aparecimento do cinema falado e, conseqüentemente
das gravações de origem elétrica, permitindo,
portanto, um avanço substancial com relação
à resposta de freqüência agora atingindo amplitudes
entre 50 Hz a 4 kHz.
É nesta época que aprecem as primeiras marcas
famosas, identificadas por nomes comerciais como: “Vivatonal”,
“Orthophonic”, que no início da década
de 1930, permitiam registros sonoros em matrizes de cera com
amplitudes de freqüência de até 10 kHz. Fig.
329
Como visto no processo de gravação e reprodução
anterior ao sistema “gramofone”, praticamente não
existiam as matrizes, sendo que cada disco era elaborado quase
que individualmente. Neste estágio tecnológico,
as gravações apresentavam peculiaridades de registros
nos padrões de freqüência, conformação
ou na prensagem propriamente dita.
Assim, no registro sonoro, o método de corte e a velocidade
de gravação, apesar de serem aspectos fundamentais,
estavam ainda em sua fase embrionária. Os primeiros discos
antes da invenção de Berliner, eram gravados semelhantemente
aos cilindros de “fonógrafo”, usando-se da
chamada modulação vertical, ou seja um deslocamento
da agulha nos sulcos no sentido pico a vale. Posteriormente,
a maioria dos discos comerciais foram gravados pelo método
de modulação horizontal, ou corte lateral do sistema
“gramofone”.
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Fig. 330 - Um disco usado para registro
sonoro em estúdio por volta de 1955. |
Antes do motor de histerese-síncrono, para uso nas máquinas
de corte, devido à falta de padronização
industrial e, de um controle da qualidade adequado, eram freqüentes
as variações da velocidade de gravação
e reprodução, como 78-78, 26-80 e até 80
rpm como em alguns dos primeiros discos Berliner.
Enrico Caruso, o grande tenor italiano, e artesões, como
Eldridge Johnson, muito contribuíram para a uniformização
da velocidade de gravação/reprodução
nos primórdios da indústria fonográfica,
que somente começou atingir critérios técnicos
com o aparecimento das gravações elétricas,
no final da década de 1920.
Se havia dificuldades na operação de registros
das ondas sonoras, a prensagem dos discos era ainda mais complexa.
Isto porque, na época, inexistiam os plásticos
apropriados para estampagem, pois as primeiras resinas e os
polímeros sintéticos estavam apenas a começando
a surgir.
Desta maneira, os discos eram prensados e processados, usando-se
dos mais variados tipos de materiais: substâncias alcatroadas,
bases metálicas, de vidro, recobertas com vernizes e
acetatos, misturas de resinas naturais tipo goma-laca e, finalmente,
algumas das primeiras resinas sintéticas fenólicas,
como o “condensite”. Fig. 330
De acordo com o princípio de fabricação
empregado, apresentavam espessura variável e formatos
de 10 e 12 polegadas. Em certas etiquetas eram comum, também,
diâmetros, de 5 ½ e 20 polegadas.
O sistema “gramofone”, sem dúvida alguma
revolucionou a indústria fonográfica pela elaboração
de matrizes em cera de abelha e, em seguida, na produção
de originais por eletrodeposição, permitindo a
obtenção de considerável número
de duplicações independentemente do material usado
na prensagem. Entretanto, apesar da excelente qualidade sonora
das matrizes e originais, o ruído superficial das gravações
era inevitável, decorrente da precária estrutura
físico-química dos materiais utilizados. Mesmo
com a gravação elétrica, na falta ainda
dos fonocaptores de agulha permanente, adicionava-se substância
abrasiva, como o “carborundum”, na formulação
dos materiais de prensagem. Isto era feito com a finalidade
de esmerilhar as pontas das agulhas metálicas dos fonocaptores
existentes, para conformar a sua geometria com aquelas do sulco
de cada disco, devido à falta de padronização
da sua forma, profundidade e largura. Fig. 331
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Fig. 331 - À esquerda
diversos tipos de agulhas metálicas empregadas
na reprodução de sons dos discos antigos;
à direita, a cápsula acústica, ou
diafragma, para captação dos sons usados
nos primeiros gramofones e vitrolas. |
A partir de 1930, os engenheiros relacionados com a indústria
fonográfica tentavam conseguir gravações
com longo tempo de duração e sonoridade de alta
fidelidade. Entretanto, este intento foi conseguido somente
em 1948, com o aparecimento do disco com microssulco, desenvolvido
nos laboratórios da CBS, EUA, baseado
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Fig. 332 – a cápsula fonocaptora
moderna. No primeiro plano uma primitiva cápsula
fonocaptora de origem alemã marca NORA. |
na pesquisa pioneira do Dr. Peter Goldmark. Este novo processo
de gravação, cuja prensagem agora era feito em
um novo tipo de material conhecido como “vinylite”,
trazia várias vantagens quando comparado aos predecessores,
dentre as principais se destaca: reprodução com
longa duração, daí o seu nome “Long
Playing”, melhor na faixa dinâmica, resposta de
freqüência de alta fidelidade, operação
com fonocaptores com baixíssima pressão de trilhagem,
maior resistência ao desgaste e, ausência de ruído
superficial. Fig. 332
O “Long Playing” foi logo um sucesso, porém,
restava ainda para a indústria a necessidade de resolver
a padronização da equalização, que
na realidade, exprime duas funções distintas:
a curva de fato ou intencional pela qual eram feitos os registros
sonoros e, a correção das condições
sônicas inerentes a cada gravação específica.
No início da década de 1950, cada companhia gravadora
tinha a sua característica própria de equalização.
Desta maneira em 1953, a “Record Industry Association
of America”, desenvolve a curva de equalização
RIAA, que é doravante empregada para designar as características
de reprodução de forma padronizada, finalmente
adotadas por todas as companhias gravadoras. Fig. 333
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Fig. 333 - Ilustração
da curva RIAA de equalização. |
Apesar da excelente qualidade sonora do disco “Long Playing”,
os engenheiros continuavam a sua perene busca para obtenção
de gravações com sonoridade mais realista. Estudos
feitos simultaneamente na Inglaterra e nos EUA, pelos laboratórios
Bell já haviam demonstrado em 1930 da possibilidade de
se obter gravações estereofônicas. Entretanto,
estas pesquisas não e aprofundaram limitadas pela descrença
dos executivos da indústria fonográfica na produção
deste avançado tipo de gravação devido
ao seu elevado custo para o público. Assim,as primeiras
gravações deste tipo começam a aparecer
no mercado a partir de 1956, agora com ampla resposta de freqüência
e elevada margem dinâmica permitindo o registro de sons
naturais sem distorções, com uma clareza e definição
evidenciada pelo chamado efeito estereofônico. Apesar
do enorme avanço na qualidade do registro sonoro, até
o final da década de 1960, o processo de gravação
era feito por meios totalmente analógicos.
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Fig. 333A - Diversos tipos de equalizações
de discos fonográficos entre 1935 a 1954. |
Fig. 332B - Características das
gravações. |
Tabela 3 |
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