Um dos primeiros conceitos de máquina
de codificação assistida foi desenvolvido no século
XV por Leone Battista Alberti através do seu conhecido
disco de cifras. Em sua concepção básica
consiste de dois discos com diâmetros diferentes montados
concentricamente, onde estão gravados as escalas com
o alfabeto de forma que ao move-los em torno do eixo comum,
as mesmas se relacionam entre si.
Assim, o disco de cifra permite de uma forma prática
e fácil mudar as cifras, pois ao se deslocar às
escalas entre si uma letra pode ser representada de 26 maneiras
diferentes dependendo inteiramente da sua posição
em relação à escala alfabética do
disco central.
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Ilustração do disco
de cifras inventado em 1795 pelo então secretário
de estado norte americano Thomas Jefferson.
Cortesia :Nacional Security Agency - EUA |
Para usa-lo é necessário primeiramente que a chave
ou cifra chave seja designada. Por exemplo, a letra A no alfabeto
convencional pode ser relacionada como G no alfabeto codificado.
Sem duvida o disco de cifras inventado por Alberti permitiu
o aparecimento do processo de codificação usando
cifras polialfabeticas, bem como, mais tarde, vêm influenciar
outros em empregar o seu conceito de codificação
assistida, como aquele desenvolvido em 1795, pelo então
secretário de estado norte americano Thomas Jefferson.
A máquina de codificação assistida desenvolvida
por Jefferson consistia de 25 discos de madeira os quais giram
em torno de um eixo comum. Para torna-los individuais, em cada
disco de madeira as 26 letras do alfabeto foram gravadas de
forma aleatória.
Apesar de ser um sistema de codificação assistido
revolucionário para a época, não foi
bem compreendido, de forma somente um século mais tarde
foi reinventado pelo criptologista francês Etienne Bazeries.
Conhecido como cilindro de Bazeries, era composto de um conjunto
com cerca de 20 ou mais discos numerados onde em seus rebordos
estavam gravados diferentes alfabetos codificados. Como são
montados em um eixo comum, por sua vez os discos podem ser reordenados
nas mais variadas seqüências numéricas. Assim,
cada nova seqüência se define a cifra chave do conjunto
de discos.
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Uma máquina de codificação
assistida, compactas, semelhantes a
uma máquina de escrever portátil no final
da segunda guerra mundial.
Cortesia: Coleção Antonio Fucci. |
Para codificar a mensagem, o texto original é reproduzido
por uma determinada fila de discos. Em seguida por meio de outra
fila é selecionado o texto cifrado. Para a sua decodificação,
os discos são colocados na mesma pré-estipulada
seqüência numérica; em seguida eles são
girados de forma que a mensagem codificada possa ser agora visualmente
desmembrada em torno desta linha de discos.
Na realidade a velocidade era a única vantagem destes
simples dispositivos de codificação. Como anteriormente
visto, devido à premência das transcrições,
geralmente exigida pelo grande fluxo de mensagens nas comunicações
militares, cada vez mais os exércitos e forças
armadas sentiram a necessidade de novos tipos de máquinas
de codificação assistida.
Assim logo após a primeira guerra mundial elas foram
produzidas nos mais diversos países e, a partir de 1935
atingiram um sofisticado grau de eficiência.
Muitos destes aparelhos foi produzido na Alemanha e Suíça,
cujo conceito básico era a codificação
assistida por meio de substituição poli-alfabética,
empregando extensas cifras chaves, alguns com milhares de
séries de letras incoerentes.Fornecidos em vários
tipos, os menores de operação manual não
podiam imprimir mensagens enquanto que os maiores, eram eletricamente
acionados e possuíam um teclado idêntico aos
usados nas máquinas de escrever.
No final dos anos trinta a maioria das grandes nações
já possuía em suas forças armadas máquinas
de codificação assistida, muitas delas bastante
compactas semelhantes a uma máquina de escrever portátil.
Durante a segunda guerra mundial surgem as máquinas de
codificação assistidas usando de teletipos ligados
a uma caixa de codificação automática.
Dentre as mais famosas destaca-se aquela desenvolvida pelos
japoneses, conhecida no jargão militar como "PURPLE".
A
famosa máquina de codificação assistida
desenvolvida pelos japoneses e conhecida sob o nome de
código - "Purple".
Cortesia: Nacional Security Agency - EUA |
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Painel mostrando a chave de cifras
de operação eletromecânica da máquina
de codificação assistida "Purple".
Cortesia: Nacional Security Agency - EUA |
Entretanto, todos os sistemas de códigos, cifras bem
como as máquinas de codificação assistida
anteriormente comentados ainda operavam com o sistema lógico,
conhecido como algoritmos de chave simétrica, no qual
cifra-chave na forma de um algoritmo diferenciado, era necessário
tanto para codificação como decodificação
da mensagem e, portanto, deveria ser mantido em sigilo.
Algoritmo
(al-Khwärizmï), em palavras simples consiste
de uma seqüência de instruções
bem definidas, necessárias para realização
de uma determinada tarefa. Etimologicamente o termo adveio
de (al-Khwärizmï)
sobrenome do matemático persa - Abu 'Abd Allah
Muhammad ibn Müsä al-Khwärizmï.
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Na década de 1970, surge um novo conceito de codificação
conhecido como algoritmos de chave assimétrica. Nele,
o criptograma é feito por meio de chaves matematicamente
relacionadas de forma que cada qual decodifica a mensagem usando
uma outra. Desta forma algum dos algoritmos usado tem uma propriedade
adicional onde um par de chaves não pode ser deduzido
de outro por qualquer método conhecido a não ser
por tentativa e erro.
Portanto, para um determinado criptograma ao se designar as
duas cifras-chaves sendo uma sigilosa e, a outra como pública,
a transmissão pode ser feita por meio de qualquer canal
de comunicação, pois enquanto perdurar o sigilo
da cifra-chave, aquela definida como pública pode ser
usada indefinidamente sem comprometer a segurança da
mensagem. Na realidade com algoritmos de chave assimétrica
é possível comunicação segura
através de um canal inseguro.
É interessante notar que este novo conceito de codificação
desenvolvido em conjunto por Whitfield Diffie e Martin Hellman
em 1976 ao popularizar o uso dos princípios da codificação
deu novos rumos políticos a criptografia, pois sem
dúvida quebrou o longo monopólio até
então de competência somente dos governos.
Atualmente o domínio público da criptografia pode
ser sentido em diversos avanços tecnológicos modernos.
Dentre eles se tem os sistemas de codificação:
A5/1 e A5/2 usados em telefones celulares operando na tecnologia
GSM; Content Scramble System (CSS) para codificação
e controle de dados gravados em discos DVD ou digital video
disc. |
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