No ano 600 AC, o filósofo
grego Thales de Mileto observou que a resina fóssil
âmbar quando atritada com substâncias têxteis
tornava-se imbuída com a propriedade de atrair corpos
leves. Elétron é a palavra grega para âmbar
de onde naturalmente foi derivada a palavra Eletricidade.
Entretanto, esta propriedade do âmbar permaneceu um
fato isolado por mais de 2000 anos.
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Fig. 347 - Ilustração
de um primitivo tipo de máquina eletrostática. |
No início do século XV, o médico particular
da rainha Elizabeth, William Gilbert, descobriu que muitas
substâncias quando atritadas, comportava-se como o âmbar
e, assim, escreveu um tratado em Latim sobre o assunto: “De
Magnete” onde denominou estas substâncias como:
“elétricos” e, o estado elétrico
ou de eletrificação adquirido pelas mesmas de:
“vis electrica”.
No inicio do século XVII médicos europeus usavam
cargas elétricas produzidas por máquinas eletrostáticas
como métodos de terapia para muitos problemas envolvendo
dor e disfunções circulatórias. Fig.
347
Apesar de ser um conhecimento antigo foi somente com o desenvolvimento
da Eletrologia a partir do século XVIII que se iniciou
os estudos bem como desenvolvimento de métodos para
a medição e registros dos fenômenos elétricos
de natureza biológica. Assim, por volta de 1762 o médico
fisiologista italiano Luigi Galvani durante uma experiência
com uma rã, tocou acidentalmente com o bisturi no nervo
da perna dissecada notando com espanto a sua contração.
A perna dissecada foi então, colocada próxima
de uma máquina eletrostática e, a cada movimento
do aparelho, ao gerar cargas elétricas, notava-se as
mesmas contrações musculares. Subseqüentemente,
agora, sem qualquer interferência elétrica externa,
ele tocou o nervo e os músculos da perna dissecada,
respectivamente com uma barra de zinco e cobre as quais estavam
interligadas, quando notou as mesmas contrações.
Desta experiência concluiu que havia descoberto a Eletricidade
animal. Seu pronunciamento causou sensação
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Fig. 348 - Ilustração
da experiência de Galvani. |
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Fig. 349 - O poliscópio, precursor
do moderno endoscópio. |
nos meios científicos da época. Entretanto, esta
hipótese foi logo contestada por outro cientista italiano,
Alessandro Volta, o inventor da primeira pilha elétrica.
Na realidade o que Galvani havia realmente descoberto foi o
fluxo da Eletricidade pela corrente gerada quando dois metais
diferentes estão em contato. Apesar do equivoco da sua
hipótese, esta experiência tornou-o famoso de maneira
que seu nome está relacionado com diversos termos em
Eletricidade como: corrente galvânica, galvanismo e o
galvanômetro. Fig. 348
A partir da segunda metade do século XVIII, com a descoberta
do eletromagnetismo, começam aparecer as aplicações
práticas da Eletricidade no campo da medicina. Assim
em 1851, John Marschall introduz um dos primeiro tipos de
cautério elétrico usado para fins cirúrgicos.
Na França, em 1872, surge uma técnica de cauterização
da glândula lacrimal através de um aparelho alimentado
por bateria originalmente desenvolvida por M.G. Planté.
O poliscópio, precursor do moderno endoscópio,
inventado na França por M. Trouvé. Basicamente
consistia de uma bateria provida com um reostato ligado a
um filamento de platina. O aparelho podia ser usado tanto
para iluminação de cavidades escuras quando
usava refletores esféricos, parabólicos ou côncavos,
como cautério elétrico. Fig. 349
Em 1876, O Dr. Duchenne, de Bolonha desenvolve um aparelho
elétrico estimulador de músculos. Para localizar
estilhaços, fragmentos metálicos em pessoas
feridas. M. Hughes inventa em 1881, um tipo de estetoscópio
elétrico. Entretanto, a primeira grande e efetiva contribuição
dos fenômenos elétricos para a medicina foi à
descoberta dos Raios-X. |