11.4.2 - A SINTONIA POR TECLAS
Fig 318 - Vista explodida do auto-rádio modelo PS-LC, fabricado no Brasil pela PenaSimon por volta de 1954.
Fig. 318 - Ilustração de um primitivo auto-rádio com dial separado.
Em virtude da concepção construtiva usada nos primeiros auto-rádios, o dial podia ser incorporado ou em separado do receptor tornando-se uma unidade remota. No primeiro tipo o receptor era montado em baixo do painel do automóvel e assim, nem sempre de fácil operação. Desta forma os modelos com dial separado eram geralmente os mais práticos pois podia ser facilmente montado no painel ou na árvore de direção do veículo. Para a sintonia das emissoras o dial era conectado ao chassi do receptor por meio de um chicote ou cabo de transmissão que por sua vez estava acoplado a um sistema de rosca sem fim para diminuir a folga e facilitar o acionamento do conjunto. Fig. 318
Fig 318B - Ilustração do bloco do estágio de rádio freqüência do auto-rádio modelo P S - LC
A sintonia de emissoras nestes primitivos tipos de auto-rádios não era nada prática, além de não permitirem uma boa estabilidade de desvio. Com o advento do circuito de controle de freqüência automático, tornou possível o emprego de sintonia por teclas. A sintonia por tecla foi um considerável avanço. Basicamente consistia do emprego de capacitores fixos, com baixíssimas tolerâncias tanto em capacitância como em
Fig 318C - Ilustração da unidade de alimentação operando com vibrador para tensão de 6 Volts.
coeficiente de temperatura, os quais atuando em conjunto com bobinas sintonizadas por permeabilidade nos circuitos osciladores e de freqüência intermediária tornavam possível obter pré-sintonias estáveis com mínimo de desvio.
A sintonia por teclas, tinha ainda várias vantagens: seleção de quatro a 6 pré-sintonias com excelente estabilidade de desvio; operação independentemente da sintonia manual; incorporação em receptores com circuitos superheterodino ou rádio freqüência sintonizada, ainda em uso na época, otimização física do chassi para acomodação do circuito de controle de freqüência automático, resultando, conseqüentemente na redução do custo de fabricação do receptor. Fig. 319
Por volta de 1940, o auto-rádio havia sofrido uma grande evolução
Fig. 319 - Ilustração da montagem eletromecânica de um tipo de sintonia por teclas.
tecnológica tanto mecânica como eletricamente, pois agora com uma boa sensibilidade e seletividade podia através do limitado espaço da sua antena captar tênues sinais das rádios emissoras.
No final da década de 1930, a radiodifusão atingia o seu apogeu com notícias, informações e, entretenimento feitos através de rádioteatros tão sofisticados na sua elaboração que se tornaram paradigmas pelo alcance da sua dramaticidade donde se destaca
Nos EUA, o famoso programa produzido e comentado por Orson Wells, a Guerra dos Mundos, que pela sua autenticidade narrativa causou pânico na cidade de Nova York numa noite de 1938.
Desta forma, pelas inúmeras facilidades tecnológicas, o rádio, além da radiodifusão, permitia, também, agora, que agências de notícias, jornalistas ou mesmo um simples ouvinte pudesse ter a facilidade de receber pelo éter radiofotos ou rádio textos surgindo assim, de forma prática, às transmissões em fac-símile.